O regime de Lukashenko da Bielo-Rússia "sequestrou" um avião da RYANAIR para Minsk para prender um oponente do atual presidente, Alexander Lukashenko

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Na manhã do domingo, 23 de maio de 2021, ocorreu um evento inédito na aviação. O voo FR4978 Atenas - Vilnius, operado pela RYANAIR, foi desviado para Minsk a mando do regime de Lukashenko. A ordem para interceptar o avião comercial teria sido dada pelo próprio presidente Alexander Lukashenko. 

Havia 123 pessoas a bordo do avião, incluindo Roman Pratasevic, que lançou as bases do canal Nexta no Telegram, tornando-se assim uma das principais fontes de notícias contra Alexander Lukashenko. Ele é hostil ao líder bielorrusso e ajudou a coordenar os protestos.

A interceptação e desvio do avião para Minsk foi feito com um avião MiG-29 sob o pretexto da existência de uma bomba a bordo. Mais tarde, descobriu-se que tudo era apenas uma ação muito bem orquestrada por Alexander Lukashenko. Também circulou na imprensa internacional informação de que havia 5 agentes da KGB, o serviço de segurança da Bielorrússia, a bordo do avião.

Desvio da aeronave Boeing 737-800 RYANAIR

Desvio da aeronave Boeing 737-800 Ryanair para Minsk

O Boeing 737-800 (SP-RSM) RYANAIR decolou de Minsk às 20h47, com 117 passageiros a bordo, 6 a menos do que o voo inicial que decolou de Atenas. Ele pousou em Vilnius, destino final, às 21h27.

A ação tomada pelo regime de Lukashenko na Bielo-Rússia atraiu fortes críticas e fortes reações dos líderes europeus, de acordo com BBC.

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, acusou a Bielo-Rússia de "ação feia", enquanto o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, disse que a ação da Bielo-Rússia era "contrária ao direito internacional".

Grécia e França expressaram sua raiva. O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse: "O sequestro de um avião civil é um ato de terrorismo de estado sem precedentes que não pode ficar impune".

O Ministério das Relações Exteriores alemão disse que a Bielo-Rússia deveria explicar imediatamente o sequestro e a alegada prisão de Pratasevich.

O Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que foi um "incidente sério e perigoso".

A Agência de Aviação Civil da ONU, ICAO, expressou preocupação com um "aparente pouso forçado" que poderia "infringir a Convenção de Chicago", que estabelece regras sobre espaço aéreo e segurança de aeronaves.

Na Grã-Bretanha, Tom Tugendhat, presidente do comitê de relações exteriores da Câmara dos Comuns, disse que "forçar um avião a pousar para silenciar as vozes da oposição é um ataque à democracia".

Comunicado de imprensa emitido por RYANAIR

A companhia aérea irlandesa Ryanair confirmou o incidente e disse ter sido alertada sobre uma ameaça à segurança das autoridades bielorrussas. Felizmente, "nada foi encontrado"!

"A Ryanair notificou as agências de segurança e proteção nacionais e europeias relevantes e pedimos sinceras desculpas a todos os passageiros afetados por este lamentável atraso, que escapou ao controle da Ryanair.", Consta em comunicado da empresa

Esperemos que essa situação não permaneça apenas no nível dos enunciados. Existem questões sobre a liberdade de ar: quão vulneráveis ​​podem ser outros voos a este tipo de comportamento? Alguns já chamam de ato de agressão ou terrorismo de Estado, uma forma de peculato. Os passageiros corriam perigo? Que precedente pode ser estabelecido? Os voos devem ser removidos do espaço aéreo bielorrusso?

Resta ver o que vai acontecer!

Vendo o que está acontecendo na Bielo-Rússia, podemos apreciar mais o fato de que na Romênia ainda temos liberdade de expressão e um MiG não vem para nos calar. Ao mesmo tempo, talvez apreciemos mais a presença da Roménia na UE!

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